domingo, 26 de fevereiro de 2012

CF/2012: Fraternidade e Saúde pública: um grande desafio


 A campanha da fraternidade foi criada em 1963, há 49 anos, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), anualmente, durante os 40 dias da quaresma, promove a Campanha da Fraternidade (CF), o tema é escolhido por uma equipe de profissionais pesquisadores, religiosos e membros da Comissão Nacional de Justiça e Paz, o foco sempre é um tema emergente que precisa ser visto com o novo olhar.  Precisa ser colocado para estudo, reflexão e ação assuntos que são grandes desafios para  sociedade. O Tema da CF/2012 é "Fraternidade e Saúde pública"; o lema, "Que a saúde se difunda sobre a terra!" (Eclo 38,8). Somos convidados a conhecer as entranhas da realidade do SUS, visitar pronto-socorros, ouvir as pessoas doentes que esperam muito para fazer exames e conseguir uma vaga para cirurgia 
A temática da Campanha da Fraternidade 2012, saúde pública é motivo para mobilização popular, pois anunciar que os recursos públicos são insuficientes e mal aplicados na área de saúde. Todos os anos a igreja católica trata de tema relevante para gerar um despertar da população, que está estagnado observando o trem passar. A proposta da campanha é mudar os hábitos do povo, a ponto de orientar-se gerando assim ações práticas na comunidade, proporcionando oportunidade de vivenciar com experiências prática.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) afirma: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (Art. 196). No caso de crianças e adolescentes, o direito à saúde deve ser assegurado com "absoluta prioridade” (Art. 227).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a saúde não como “ausência de doenças”, mas como “um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual” (1). Levada a sério, esta definição coloca em questão a base da medicina moderna. Em nossos hospitais e clínicas, quantos médicos e enfermeiros compreendem a saúde de modo integral? Onde as pessoas são atendidas, visando a saúde não só física, mas também mental, social e espiritual? A medicina de órgãos, por si só, é incapaz de resgatar saúde integral. CF/88 está sendo desrespeitada cotidianamente, pois os lindos artigos 196 e 227 são pisoteados, isso sem contar o princípio do respeito à dignidade humana e tantos outros prescritos na nossa Carta Maior.
Fonte de pesquisa:
Gilvander Moreira é Frei e Padre Carmelita,
Publicada em 24 de fevereiro de 2012